domingo, 3 de abril de 2011

A varanda chamada Nostalgia

Nostalgia é uma coisa engraçada. É parecida com a saudade, mas não é igual. Ela é boa, é feliz, mas no fundo ela deixa triste. Ela faz lágrimas serem derramadas enquanto sorrisos estampam o rosto. Ela é contraditória.

É engraçada a nostalgia. Ela não faz lembrar de um dia, uma hora, um momento. Ela só traz memórias. Memórias de dias diferentes, horas diferentes, momentos diferentes. Ela traz de volta muitos momentos, muitas pessoas e às vezes, talvez, ela não nos faz recordar em imagens. Às vezes são só sensações, sem lembranças de imagens guardadas na memória, só lembranças de sentimentos.

Olhar ao redor e lembrar. Querer reviver, mesmo sabendo ser impossível. Respirar fundo e saber que desde tanto tempo respiro esse ar, sinto esse cheiro leve de plantas. O que vejo, o que escuto, o que cheiro aqui, como já fiz tantas vezes, encarando a mesma rua, eles podem não ser iguais, não são os mesmos sempre, mas eles não mudaram; não tanto. A mesma calma, a mesma tranquilidade, o mesmo vento suave continuam. É a mesma varanda. Ela pode ter a parede amarela agora. Ela pode ter a grades cinzas agora, pode ter a mesa e suas cadeiras vestidas em tinta azul, já foram tantas outras cores, mas é a mesma varanda que eu conheço há tanto tempo.

Estar sentada aqui me lembra, não claramente, todas as outras vezes que estive sentada aqui. Me lembra a rede, a velha rede branca preferida, que aqui nessa varanda já balançou tantas outras vezes. Me lembra que desde mais nova venho aqui, só por vir, só porque gostava, e nessas vezes acabava eu pensando nas coisas de antes, no passado, passado esse que com o passar do tempo foi se tornando mais longo. E aqui estou eu, sentada na cadeira fria, que tantas vezes já me fez arrepiar, pensando no que passou. No passado. Não em uma pessoa, ou hora, ou momento. Só pessoas, horas e momentos que passaram, que estão passando ou que, espero eu, nunca passem.

sábado, 19 de março de 2011

Sempre permanecerão

É só que... Só que... Eu sinto tanta falta. O vazio é tão grande. É tão profundo. Os dias, as noites. Eu sinto tanta falta, não achei que seria assim. É que mudança é uma coisa tão dura, saudade é uma coisa tão terrivel. Ela te consome, ela te deixa fraca, ela acaba com você, mas você nem percebe. Mas quando você vai dar uma volta no passado, quando você lembra, quando as lembranças de dias felizes vem à sua mente, aí você nota como elas te machucam.

Machucam porque eu sei que a felicidade de agora não se compara a felicidade de antes, essas lembranças felizes, as risadas, as músicas... Elas me levam para baixo por eu querer tudo isso de volta, por eu perceber que não tenho mais isso, não todos os dias como eu costumava ter. Uma hora, duas, um dia. O que é comparado à todas as manhãs; à tantas tardes que costumávamos ter? O que é uma sexta-feira comparada à toda a semana, que durante tantos anos, era certeza. Estava ao meu alcance, fácil.

Essa saudade anda de mãos dadas com o medo. Onde um está o outro está. O medo de esquecer e o medo de ser esquecida. O medo é a incerteza, essa sensação de que as coisas não estão apenas nas minhas mãos. O porto seguro que antes eu tinha já não existe mais. Só existe agora esse tão terrível medo que segue desde o primeiro momento em que eu aceitei: As coisas nunca mais serão as mesmas. Esse buraco em meu coração que me faz chorar em frente ao computador, me faz molhar meu travesseiro, me faz derramar lágrimas em fotografias.


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mais um ano pra passar na velocidade da luz

Sabe essa história de promessas de ano novo? É, eu não fiz nenhuma, porque provavelmente teria que cumprir as promeças que fiz em 2009, 2010 e talvez até anos anteriores. Essa história de ano novo e promeças à cumprir não é necessariamente verdade porque simplesmente você vai continuar à mesma. Vai poder fazer promessas a qualquer hora do dia.
Mas uma coisa vou confessar, não lembro de quando passei um reveillón tão ansiosa. Simplesmente porque esse ano vai ser diferente. Provavelmente o mais diferente que tive em anos. Porque vai ser um ano de mudanças, muitas coisas vão mudar, e pra melhor eu espero, e eu simplesmente estou ansiosa para conseguir essa sensação de descobrir o ainda desconhecido. Andar por outros caminhos, com outras pessoas à meu lado.
Para mim este será um ano onde sonhos serão realizados. Sonhos que nem tinha idéia de que conseguiria com tanta facilidade.
Mas enquanto estou na espectativa, só fico imaginando como serão as coisas daqui pra frente, e devo dizer, minha imaginação é bem fértil, mas o que move ela é a esperança. Esperança de que talvez, esse será o melhor ano da minha vida, talvez o melhor ano para muitas das pessoas que amo, o melhor ano pra muitos desconhecidos. Uma vida melhor em um mundo melhor, quem sabe?
E sabe como posso ter certeza de que estarei feliz em 2011?
Porque as mesmas pessoas que me fazem feliz desde que nasci estarão lá. As mesmas amigas que me fazem feliz desde meu primeiro ano de escola estarão lá. Não me importo com amizades sendo colocadas em prova, porque eu sei, aquelas que valem à pena não vão mudar em nada, nunca.
Em vez de promessas tenho um único agradecimento "Nós momentos tristes, eu ainda uma felizarda".

Devo dizer que aprendi ainda pequena, lendo Pollyanna, que assim que todos deveriam se sentir e à isso agradecer.